Esse Blog é destinado aos alunos das disciplinas de Psicologia Escolar e Educacional e para disciplina Psicologia Escolar e Problemas de Aprendizagem. PEPA
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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Documentário: Não sei fazer isso, mas sei fazer aquilo.
Olá Alunos.
Assintam este vídeo e façam uma reflexão sobre o significado da inteligencia e das capacidades pessoais.
Como eve ser a atitude do professor e do psicologo escolar nestes casos??
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
Instruções para Estágio em Psicologia Escolar
Boa Noite Galera.
Hoje vamos conhecer um pouco como será o estágio de Psicologia Escolar que você irá realizar este ano. Temos abaixo definições que da área da Psicologia escolar ( você tem um texto completo sobre este assunto já postado), objetivos do estágio, áreas de atuação e regras a serem seguidas.
Sempre que tiver alguma dúvida, volte ao texto se não encontrar uma solução procure sua supervisora.
ESTÁGIO EM PSICOLOGIA ESCOLAR
UNIVERSIDADE DO GRANDE ABC-
UNIABC/ANHANGUERA
Professora: Profª. Drª. Ana Lucia Nogueira
Braz
O que é Psicologia Escolar
- Psicologia educacional ou psicologia escolar é o ramo da psicologia que
estuda o processo de ensino/aprendizagem em diversas vertentes: os mecanismos
de aprendizagem nas crianças e adultos (o que está estreitamente relacionado
com a psicologia do desenvolvimento); a eficiência e eficácia das táticas e
estratégias educacionais, bem como o estudo do funcionamento da própria
instituição escolar enquanto organização (onde se cruza com a psicologia
social). Os psicólogos educacionais desenvolvem o seu trabalho em conjunto com
os educadores de forma a tornar o processo de aprendizagem mais efetivo e
significativo para o educando, principalmente no que diz respeito à motivação e
às dificuldades de aprendizagem. Focam a sua ação não apenas nas necessidades
da criança e adolescente na escola, como também professores e pais noutras
áreas em que as experiências escolares têm impacto. Como por exemplo, orientações
de professores, pais ou alunos, com o uso da Orientação Educacional entre
outros.
A Psicologia Escolar é uma especialização da profissão de psicólogo, que segundo o Conselho Federal de Psicologia tem como função:
Atuar no âmbito da educação formal realizando
pesquisas, diagnóstico e intervenção preventiva ou corretiva em grupo e
individualmente. Envolve, em sua análise e intervenção, todos os segmentos do
sistema educacional que participam do processo de ensino- aprendizagem. Nessa
tarefa, considera as características do corpo docente, do currículo, das normas
da instituição, do material didático, do corpo discente e demais elementos do
sistema. No âmbito administrativo, contribui na análise e intervenção no clima
educacional, buscando melhor funcionamento do sistema que resultará na
realização dos objetivos educacionais. Participa de programas de orientação
profissional com a finalidade de contribuir no processo de escolha da profissão
e em questões referentes à adaptação do indivíduo ao trabalho. Analisa as
características do indivíduo portador de necessidades especiais para orientar a
aplicação de programas especiais de ensino. Realiza seu trabalho em equipe
interdisciplinar, integrando seus conhecimentos àqueles dos demais
profissionais da educação. (CFP/2011, s/p)
1. O estágio em
Psicologia Escolar tem como objetivos gerais
A.
Possibilitar a
atuação supervisionada em contextos educacionais, para alunos de 9ª período do
curso de psicologia de forma a permitir-lhes o conhecimento crítico desta
realidade e a identificação de possibilidades de atuação nas mesmas como
psicólogo;
B.
Desenvolver
postura profissional em sintonia com o Código
de Ética profissional, com o estatuto da Criança e Adolescente e estatuto do idoso e com os princípios da
defesa da cidadania e qualidade de vida;
C.
Integrar
atividades de prática pré-profissional com o aprofundamento teórico que
sustenta a atuação do psicólogo e de forma a desenvolver estas competências;
D.
Exercitar e
aprimorar sua capacidade de agir de forma cooperativa e autônoma no contexto da
instituição educacional.
E.
Propiciar ao aluno a implantação e o
acompanhamento de um processo de intervenção educativa, visando a promoção e a
prevenção da saúde,cognitiva, emocional e mental .
F.
Desenvolver a compreensão sobre a função do
psicólogo nas instituições que tenham cunho educativo, de acordo com o contexto
de atuação e a demanda da população atendida, dentro de um determinado
referencial teórico, estimulando-se a postura ética e a adequação, teórica e
técnica.
G.
Descrever
a analisar a demanda, o processo, avaliando a eficácia das intervenções.
2. O Campos de Estágios Supervisionado
em Psicologia
Escolar envolvem instituições educacionais de
diferentes tipos e níveis, entidades governamentais e não governamentais
responsáveis pelo desenvolvimento, educação
e atenção à criança, adolescentes, adultos e terceira idade no processo educativo.
3.
Do desenvolvimento do Estágio
O
estágio em
Psicologia Escolar abrangem as seguintes modalidades:
1.
Estágio realizado em Instituição Escolar ;
2.
Estágio realizado em Instituições Educacionais (Creches, Centros Educacionais,
Orfanatos, etc);
3.
Estágio realizado em Programas de
Atendimento Psicopedagógico.
Descrição operacional do estágio em
instituição escolar e educacional:
Observação
da Instituição em seus aspectos ambientais, organizacionais e educativos.
Diagnostico das necessidades emergentes da instituição; Planejamento de
projetos de trabalho interventivo dentro dos quesitos em que se achar
necessário, com a anuência da diretoria da escola e execução do mesmo caso seja
aprovado pela instituição.
Descrição das etapas gerais do estágio
escolar realizado em Instituições
-
Contato inicial com a instituição
-
Verificar a possibilidade de realização do estágio
- Assinatura do contrato entre a instituição e
universidade
-
Contato inicial com responsável pela instituição e todo o efetivo docente;
-
Caracterização do ambiente físico e social da instituição;
- Observações
institucionais e diagnóstico da necessidades gerais
- Analise das observações Institucional;
- Elaboração de Projeto de intervenção
- Apresentação
da proposta e discussão com a instituição possibilidades de execução do
projeto.
-
Aplicação do projeto: Promover o estágio interventivo em cima de questões
emergentes encontradas;
- Avaliação do estágio
- Devolutiva após o término do estágio.
-
O aluno só poderá iniciar o estágio
após a assinatura do contrato por ambas as partes. As atividades serão
realizadas individualmente ou em duplas. Quando o estágio for feito por uma dupla
a avaliação será individual.
4.Objetivos do
Estágio em escolas e Instituições Educacionais
- Possibilitar o desenvolvimento de
atitudes e habilidades básicas necessárias ao desempenho do psicólogo em
atividades da área escolar, proporcionando reflexões relacionadas à ética
e prática profissional;
- Analisar de forma crítica o contexto escolar;
caracterizar a instituição, levantar as necessidades da instituição; fazer
a análise diagnóstica, elaborar e aplicar o projeto de intervenção;
avaliar a aplicação do projeto; e fazer a devolutiva do resultado da
aplicação do referido projeto;
- Proporcionar a experiência de atuação
interdisciplinar.
D.
No estágio em Instituição Escolar ,
o estagiário poderá realizar: orientação de professores, pais; trabalho com
grupos de alunos em orientação vocacional, sexual, de estudo, dentre outros;
acompanhamento e planejamento interventivo em problemas de aprendizagem e no
processo de inclusão.
5. AVALIAÇÃO
A
avaliação do estágio será contínua,
abrangendo aspectos quantitativos e qualitativos, assim como os princípios
éticos na relação interpessoal e profissional; a saber:
a)
Aplicações
da Teoria à Prática – Incluem-se aqui aspectos teóricos e habilidades
práticas. Visam verificar se o aluno/estagiário busca atuar a partir de sólidas
bases de conhecimento, com aplicação da teoria claramente relacionada à
prática, tendo boa capacidade de análise e síntese das idéias; promovendo
intervenções claras e criativas, coerentes com os objetivos; apresentando
iniciativa própria adequada.
b)
Processo de Diagnóstico e de Intervenção – Visa analisar se as decisões
adotadas pelo aluno/estagiário são apropriadas e no tempo exigido, se os
resultados dessas decisões vão ao encontro das metas e objetivos estabelecidos
e, se define claramente novos problemas para si e para os outros.
c) Participação nas Supervisões –
Incluem-se aqui aspectos relacionados à comunicação e relacionamento grupal,
assiduidade, pontualidade, cumprimento às normas e tarefas e interesse geral.
Visam averiguar se o aluno-estagiário fala e escreve logicamente; opina de
maneira voluntária; comunica os fenômenos psicológicos observados com clareza e
objetividade; relaciona-se com grupo de supervisionados apresentando bom nível de
interação e comunicação grupal; é pontual às supervisões; cumpre tarefas
adicionais como: leituras, trabalhos, relatórios, etc; mantém interesse para
atendimento, supervisão e pela abordagem teórica; participa de discussões
fundamentadas; é assíduo, cumpre os horários no local de estágio; cumpre as
normas da instituição e/ou clínica Psicológica.
d)
Aspectos
Éticos – Visam verificar se o aluno/estagiário organiza sua
atuação em respeito aos princípios éticos que garantam respeito e seriedade
para com o cliente e/ou instituição.
e)
Postura
Profissional – Pretende averiguar se o aluno/estagiário
se mantém coerente de seus processos pessoais, sem comprometimento do
atendimento; coloca-se na relação terapêutica como desencadeadora da
subjetividade do cliente; apresenta disponibilidade para perceber suas próprias
limitações.
Fica
o estagiário comprometido a entregar em data previamente determinada o
Relatório Final de cada estágio supervisionado realizado no semestre.
A
entrega do relatório final para a primeira correção deverá acontecer nos meses
de maio/outubro dos seus respectivos semestres. A correção final deverá
acontecer entre início de junho e final de novembro dos semestres
correspondentes.
OBS:
a primeira correção do relatório feita pelo supervisor deverá ser entregue
juntamente com o relatório final.
6.FALTAS
-
Serão permitidas duas faltas (por semestre) nas supervisões de cada programa, sem
que haja prejuízo necessário à avaliação. A terceira falta implicará em prejuízo na avaliação de aproveitamento
do estágio. A quarta falta resulta
necessariamente em reprovação no
programa de estágio.
-
Não deverão acontecer faltas nos estágios institucionais, por tratar-se de falta ética
grave. Caso não seja possível o aluno/estagiário comparecer ao atendimento ou a
instituição, os mesmos deverão ser comunicados, o quanto antes, para evitar
que venham não sejam atendidos , fiquem no aguardo do serviço do estagiário.
-
Caso ocorra falta do supervisor, o aluno
não terá cômputo de horas, havendo necessidade de reposição da supervisão, esta
será combinada previamente entre os supervisores e os alunos.
Santo
André, fevereiro de 2013.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
¿Te atreves a soñar?
Ola! Galera.
Já falamos um pouco sobre o curso de Psicologia, sobre o estágio que irão realizar, esta na hora de falarmos e refletirmos um pouco com você sobre você.
Gostaria que refletissem um pouco sobre seus sonhos e suas metas. Quais são eles? Como estão sendo conduzidos por cada um de vocês. Pensem reflitam quais os sonhos que deixariam cada um de vocês realizados, felizes satisfeitos com você mesmo. Se possível os escrevam em um papel, ou em seu celular, ou em seu Ipad, mas escrevam. Quando e como desejam alcança-los. Este é um ótimo exercício pessoal.
Agora vamos assistir este vídeo e refletir um pouco mais sobre seus desejos e metas.
Depois de assistir vocês devem postar comentários, sobre o que este vídeo representou para você utilizando os recursos que quiserem. Um forte Abraço a todos .
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
As diretrizes do curso de psicologia
Olá Galera!
Sejam bem vindos a mais uma reflexão sobre a Psicologia da Educação
Quero falar com vocês hoje, sobre o curso de Psicologia,a formação e as Habilidades e competências que vocês devem desenvolver ao longo da formação.
Em 19 de fevereiro de 2004, o Conselho Federal de Psicologia e o Conselho Nacional de Educação aprovaram as diretrizes curriculares nacionais para o curso de Psicologia.
Em primeiro lugar é necessário saber que são as Diretrizes Curriculares. São orientações sobre os princípios, fundamentos, procedimentos e planeamento para a implantação de um curso de psicologia.
Quais os objetivos e metas de um curso de Psicologia e o que o curso deve assegurar aos seus alunos:
1 ) Construção e desenvolvimento do conhecimento científico em Psicologia.
2) Compreensão dos múltiplos referenciais que buscam apreender a amplitude do fenômeno psicológico em suas interfaces com os fenômenos biológicos e sociais.
3) Reconhecimento da diversidade de perspectivas necessárias para compreensão do ser humano e incentivo à interlocução com campos de conhecimento que permitam a apreensão da complexidade e multi determinação do fenômeno psicológico.
4) Compreensão crítica dos fenômenos sociais, econômicos, culturais e políticos do País, fundamentais ao exercício da cidadania e da profissão.
5) Atuação em diferentes contextos considerando as necessidades sociais, os direitos humanos, tendo em vista a promoção da qualidade de vida dos indivíduos, grupos, organizações e comunidades.
6) Respeito à ética nas relações com clientes e usuários, com colegas, com o público e na produção e divulgação de pesquisas, trabalhos e informações na área da Psicologia.
7) Aprimoramento e capacitação contínuos.
O curso de Psicologia, deve dar a oportunidade ao aluno ter conhecimentos para o exercício de competências e habilidades gerais:
a) Atenção à saúde: os profissionais devem estar aptos a desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde psicológica e psicossocial, tanto em nível individual quanto coletivo, bem como a realizar seus serviços dentro dos mais altos padrões de qualidade e dos princípios da ética/bioética.
b) Tomada de decisões: o trabalho dos profissionais deve estar fundamentado na capacidade de avaliar, sistematizar e decidir as condutas mais adequadas, baseadas em evidências científicas;
c) Comunicação: os profissionais devem ser acessíveis e devem manter os princípios éticos no uso das informações a eles confiadas, na interação com outros profissionais de saúde e o público em geral.
d) Liderança: no trabalho em equipe multiprofissional, os profissionais deverão estar aptos a assumirem posições de liderança, sempre tendo em vista o bem estar da comunidade.
e) Administração e gerenciamento: os profissionais devem estar aptos a tomar iniciativas, fazer o gerenciamento e administração tanto da força de trabalho, dos recursos físicos e materiais e de informação, da mesma forma que devem estar aptos a serem empreendedores, gestores, empregadores ou lideranças na equipe de trabalho;
f) Educação permanente: os profissionais devem ser capazes de aprender continuamente, tanto na sua formação, quanto na sua prática. e de ter responsabilidade e compromisso com a sua educação e o treinamento/estágios das futuras gerações de profissionais, estimulando e desenvolvendo a mobilidade acadêmico/profissional, a formação e a cooperação através de redes nacionais e internacionais.
Quando o CFP fala em competência, refere-se a desempenhos e atuações requeridas do formado em Psicologia, e devem garantir ao profissional um domínio básico de conhecimentos psicológicos e a capacidade de fazer uso deste em diferentes contextos que exijam a investigação, análise, avaliação, prevenção e atuação em processos psicológicos e psicossociais, e na promoção da qualidade de vida. São elas:
a) Analisar o campo de atuação profissional e seus desafios contemporâneos.
b) Analisar o contexto em que atua profissionalmente em suas dimensões institucional e organizacional, explicitando a dinâmica das interações entre os seus agentes sociais.
c) Identificar e analisar necessidades de natureza psicológica, diagnosticar, elaborar projetos, planejar e agir de forma coerente com referenciais teóricos e características da população-alvo.
d) Identificar, definir e formular questões de investigação científica no campo da Psicologia, vinculando-as a decisões metodológicas quanto à escolha, coleta, e análise de dados em projetos de pesquisa.
e) Escolher e utilizar instrumentos e procedimentos de coleta de dados em Psicologia, tendo em vista a sua pertinência.
f) Avaliar problemas humanos de ordem cognitiva, comportamental e afetiva, em diferentes contextos.
g) Realizar diagnóstico e avaliação de processos psicológicos de indivíduos, de grupos e de organizações.
h) Coordenar e manejar processos grupais, considerando as diferenças individuais e sócio-culturais dos seus membros.
i) Atuar inter e multiprofissionalmente, sempre que a compreensão dos processos e fenômenos envolvidos assim o recomendar.
j) Relacionar-se com o outro de modo a propiciar o desenvolvimento de vínculos interpessoais requeridos na sua atuação profissional.
k) Atuar profissionalmente, em diferentes níveis de ação, de caráter preventivo ou terapêutico, considerando as características das situações e dos problemas específicos com os quais se depara.
l) Realizar orientação, aconselhamento psicológico e psicoterapia;
m) Elaborar relatos científicos, pareceres técnicos, laudos e outras comunicações profissionais, inclusive materiais de divulgação.
n) Apresentar trabalhos e discutir idéias em público.
o) Saber buscar e usar o conhecimento científico necessário à atuação profissional, assim como gerar conhecimento a partir da prática profissional.
Para atingir tais Competências é necessário desenvolver algumas Habilidades; tais como:
a) Levantar informação bibliográfica em indexadores, periódicos, livros, manuais técnicos e outras fontes especializadas através de meios convencionais e eletrônicos.
b) Ler e interpretar comunicações científicas e relatórios na área da Psicologia.
c) Utilizar o método experimental, de observação e outros métodos de investigação científica.
d) Planejar e realizar várias formas de entrevistas com diferentes finalidades e em diferentes contextos.
e) Analisar, descrever e interpretar relações entre contextos e processos psicológicos e comportamentais.
f) Descrever, analisar e interpretar manifestações verbais e não verbais como fontes primárias de acesso a estados subjetivos.
g) Utilizar os recursos da matemática, da estatística e da informática para a análise e apresentação de dados e para a preparação das atividades profissionais em Psicologia.
O curso de Psicologia deve também orientar e exigir de seus alunos o desenvolvimento de atividades individuais e grupais que complementem a carga horária do curso, os alunos são responsáveis por envolverem-se nestas atividades que devem incluir, entre outras:
a) Aulas, conferências e palestras.
b) Exercícios em laboratórios de Psicologia.
c) Observação e descrição do comportamento em diferentes contextos.
d) Projetos de pesquisa desenvolvidos por docentes do curso.
e) Práticas didáticas na forma de monitorias, demonstrações e exercícios, como parte de disciplinas ou integradas a outras atividades acadêmicas;
f) Consultas supervisionadas em bibliotecas para identificação crítica de fontes relevantes.
g) Aplicação e avaliação de estratégias, técnicas, recursos e instrumentos psicológicos.
h) Visitas documentadas através de relatórios a instituições e locais onde estejam sendo desenvolvidos trabalhos com a participação de profissionais de Psicologia.
i) Projetos de extensão universitária e eventos de divulgação do conhecimento, passíveis de avaliação e aprovados pela instituição.
j) Práticas integrativas voltadas para o desenvolvimento de habilidades e competências em situações de complexidade variada, representativas do efetivo exercício profissional, sob a forma de estágio supervisionado.
Os estágios supervisionados, o que são para que servem?
Segundo as Diretrizes curriculares, Os estágios supervisionados são conjuntos de atividades de formação, programadas e diretamente supervisionadas por docente da instituição formadora e buscam assegurar a consolidação e articulação das competências estabelecidas. Além disso, os estágios visam assegurar o contato do aluno com situações, contextos e diferentes instituições, permitindo que os conhecimentos adquiridos ao longo do curso, as habilidades e atitudes se concretizem em ações profissionais.
O estágio supervisionado básico incluirá o desenvolvimento de práticas integrativas das competências e habilidades previstas na formação do psicólogo
ATENÇÃO: Todas as atividades de estágio supervisionado devem ser documentadas de modo a permitir a avaliação, segundo parâmetros da instituição, do desenvolvimento das competências e habilidades previstas. A documentação integral é fundamental para a integralização do estágio.
Agora que cada um de vocês já conhecem as diretrizes, habilidades e competências necessárias para a formação de um psicólogo, façam uma reflexão sobre a sua formação. Você se sente preparado para iniciar um estágio na área de Psicologia da Educação? Se sim quais as suas principais habilidades. Se não, o que lhe falta? Como desenvolver as habilidades que lhe faltam?
Poste suas respostas, com o nome completo. Ok.
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
Nascidos para Aprender (lista de reprodução)
Olá Turma, vamos assistir este pequeno vídeo em Espanhol ( oportunidade de aprender) e verificar a importância de uma aprendizagem ativa e significativa.
Este vídeo, Nascido para aprender é o primeiro de uma série de animações, Norte Americanas, com o objetivo de proporcionar novas descobertas e o acesso as informações de como os seres humanos aprendem. É uma maneira diferente de passar a informação. Veja a importância da animação e faça uma reflexão sobre estas novas formas de se passar o conhecimento.
Traga essa reflexão para nossa discussão em grupo.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Mudando Paradigmas na Educação (lista de reprodução)
Agora que você assistiu este vídeo. Faça um comentário pessoal sobre a sua interpretação e avaliação deste vídeo e o conhecimento adquirido.
Utilize o recurso que quiser. Ok
Emoção na escola esta junto com a cognição.
Olá Galera!!!
Nosso interesse é que a cada dia você conheça mais e melhor a importância da emoção na escola, esta é claro não pode estar separada da cognição. Portanto vamos conhecer o que o psicólogo Sergio Senna tem a nos dizer sobre esta relação.
Emoção e cognição na escola
O contexto escolar
A origem da linguagem corporal
Diversos autores, como Darwin e Paul Ekman defendem que a linguagem corporal é bem primitiva e, em nossos primórdios como grupo humano, era utilizada como o principal meio de comunicação. Diretamente relacionada com o funcionamento de nosso sistema nervoso, ainda hoje é utilizada sem que, muitas vezes, tenhamos pela consciência disso.
Cognição e emoção na escola
Competência na comunicação pela linguagem corporal
Emoção e cognição na escola
No primeiro artigo da série, abordamos alguns campos da comunicação não verbal que podem ser úteis no contexto escolar. Em cada uma das postagens subsequentes, trataremos com mais detalhes de cada um dos aspectos apresentados no primeiro artigo.
Nosso tema da vez é a importância do equilíbrio entre cognição e emoção no contexto escolar e como a linguagem corporal pode auxiliar professores de crianças, adolescentes, jovens e adultos em suas tarefas educacionais.
Muito esforço é empreendido pelos sistemas de ensino em nosso País para a formação continuada de professores. Apesar desses esforços, as pessoas seguem reclamando da qualidade do ensino, da qualidade da interação na sala de aula etc.
O que será, então, que falta?
Em meus trabalhos como consultor legislativo da Câmara dos Deputados, me deparo com o tema “violência nas escolas” com muita frequência. Não raras vezes, percebo que os parlamentares e até mesmos representantes dos agentes escolares nutrem uma fantasia de que a escola por si só é salvadora.
Prefiro ver essa avidez por desenvolver atividades mil na escola como decorrência da visão prática das pessoas e das autoridades. Quando se pensa em campanha de saúde, onde fazê-la? Na escola! Campanha a favor do meio ambiente? Na escola! Vacinação? Na escola! Educação para a vida? Na escola! Primeiros socorros? Na Escola…[ ]....Comecei a perceber que fazer as atividades extra na escola é mais prático,pois onde ocorre uma grande reunião de crianças e adolescentes, todos os dias úteis, no Brasil? Na escola!
Dessa forma, temos visto a expansão do papel da escola para muito além das suas funções, chegando ao cúmulo de “receber a missão” de substituir o papel das famílias, nos casos mais extremos.
O contexto do Ensino Fundamental é mais ou menos esse, o que vai mudando no Ensino Médio e no Ensino Superior e no curso de ensino de Jovens e Adultos .
Sempre me pergunto se atribuir demasiadas tarefas e responsabilidades aos agentes escolares seria um aspecto relevante (não a única hipótese ou a mais importante) para a baixa qualidade do rendimento escolar do brasileiro.
É nesse ponto que a observação da linguagem corporal torna-se tão importante como trataremos a seguir.

A todo momento estamos nos comunicando e interpretando a linguagem corporal uns dos outros.
Essa origem primitiva e sua relação com nosso sistema nervoso fazem com que nossas emoções apareçam de uma forma bem clara na linguagem corporal e nas outras dimensões da comunicação não verbal também.
Com base nisso, não é absurdo defender a importância do domínio técnico da linguagem corporal por parte dos professores para que tanto as emoções quanto a cognição possam, efetivamente, convergirem no contexto escolar.
Ao longo dos anos, temos sido testemunhas de quanto se fala sobre a “humanização” do ensino, sobre a necessidade da valorização das emoções nos ambientes escolares. Os livros sobre o assunto se proliferam. No entanto, as pesquisas e o testemunho das pessoas não é o mesmo…
Por que será que se trata tanto desse assunto e os resultados não são coerentes com esse discurso?
Com minhas palavras não quero dizer que não existam professores exemplares e escolas que nutram um ambiente emocional positivo. Me refiro aos sistemas de ensino como um todo. Meu propósito é defender que desde o mais elevado escalão administrativo da educação todos promovam ações de convergência entre as emoções e a cognição, o conhecimento.
É muito fácil recitar cartilhas ideológicas que pregam algo que não se consegue colocar em prática. O difícil mesmo, é enfrentar essa multiplicidade de tarefas que os professores e demais agentes escolares têm de lidar e, ainda assim, dar conta de criar um ambiente acolhedor e rico em conhecimento.
Em muitos lugares, a crítica ao cientificismo produziu uma experiência de mudança para apenas acolhimento. Isso não adiantou muito…. Era necessário desenvolver o acolhimento sem descuidar do conhecimento em si.

Mas, como fazer as duas coisas?
Foi diante dessa pergunta que resolvi estudar esse caso e produzir um trabalho que tomou forma na defesa de uma tese de doutorado, na qual foram analisadas experiências de promoção de responsabilidade e de interações emocionais na escola.
No final, percebi como é difícil fazer tudo isso acontecer. Você pode ver a conclusão desse trabalho nesse link.
Uma das soluções que vislumbro para compor um conjunto de ações para promover um ensino mais “humano”, é a capacitação para a utilização dessa “linguagem primitiva” que todos entendem – a linguagem corporal.
Não vejo outra saída senão a articulação de muitos projetos e ações. Se houvesse uma solução única, não teríamos mais os problemas de baixo rendimento escolar e, principalmente, a violência na escola. A solução é híbrida e passam por mitos temas, incluindo atribuir à escola o seu verdadeiro papel (que surge da reflexão sobre o que esperamos dela).
Fiquem ligados e façam comentários sobre os artigos!
Linguagem Corporal dos professores
Professores e estudantes de Psicologia, vejam como é importante a linguagem corporal. Texto de Sergio Senna.
Linguagem Corporal para demonstrar interesse por seus alunos.
Por Sergio Senna, em 22 fev, 2012
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Esse artigo foi lido 580 vezes no primeiro semestre de 2013.
A importância da linguagem corporal na escola
O domínio competente da linguagem corporal é fundamental para os professores em qualquer nível ou modalidade de ensino. Saber utilizar gestos, expressões faciais e a postura corporal ajuda a influenciar positivamente o comportamento dos alunos. Além disso, a linguagem corporal é excelente para expressar emoções e o nosso interesse pelas atividades e pelas pessoas.

A utilização das técnicas não verbais, além de necessária, é muito útil, principalmente nos primeiros contatos com uma turma nova, pois alguns alunos podem não estar naturalmente interessados nas atividades que lhes serão propostas. Para esses alunos, o interesse pessoal do professor na proposta pedagógica será a sua principal motivação, o que perceberão muito mais pela linguagem corporal do professor do que pelo que lhes for dito.
Nesse contexto, você pode manifestar esse interesse através de sinais como:
(1) a orientação da posição do seu corpo;
(2) a forma e a atenção do seu olhar;
(3) o tempo de espera suficiente para permitir que o aluno organize a sua resposta sem interrupção;
(4) e expressões faciais e gestos de apoio durante as possíveis falhas.
Todas essas estratégias são muito válidas, principalmente nos contatos iniciais.
Cada um de nós tem um repertório bem definido de gestos e movimentos.No entanto, dentro de um ambiente de trabalho coletivo, como uma sala de aula, é necessário saber, intencionalmente, quando e quais utilizar.
O entusiasmo, por exemplo, é transmitido com o corpo inteiro por meio da intensificação da tensão muscular, do aumento da amplitude dos movimentos e da intensificação das expressões faciais para pontuar as atividades propostas de uma forma envolvente e promovida. Entretanto, é necessário cuidado com os exageros, pois tão fácil quanto identificar um entusiasta é descobrir alguém que finge ser um deles, o que as crianças percebem tão rápido quanto qualquer adulto experiente!
Dicas sobre cinco aspectos da linguagem corporal para influenciar positivamente seus alunos.

Postura – Para reforçar sua solicitação de atenção, procure adotar uma postura ereta, com a cabeça (e o corpo) voltada (os) para os seus alunos.
Movimentos de inclinação do tronco para frente e para trás comunicam, respectivamente, apreço e cuidado com o que está sendo dito. Você pode, por exemplo, indicar que um aluno pense melhor em algo que está respondendo, simplesmente inclinando seu corpo levemente para trás um pouco antes de solicitar, verbalmente, outra resposta.
Tensão muscular – Todos nós observamos atentamente a variação da tensão muscular em nossos interlocutores. Com as crianças não é diferente. Além disso, a tensão (ou falta dela) se “propaga” pela audiência. Pouca tensão muscular no professor pode desencadear um estado de desânimo para a aula. Excessiva tensão muscular induz preocupação aos alunos. Afinal, o que haveria ocorrido para tal reação da professora?
Procure então trabalhar a variação dessa tensão ao longo das diversas atividades da aula. É como uma música na qual sentimos mais ou menos empolgação em seus vários momentos.
Gestos – A amplitude, a velocidade, a tensão e a forma que você apresenta suas mãos durante a gesticulação são elementos de fundamental importância na comunicação.
Para manter a atenção da turma, procure evitar realizar movimentos rápidos com muita frequência, utilizando-os nos momentos que você deseja enfatizar alguma mensagem. Para isso, aumente a amplitude, a velocidade, a tensão muscular dos movimentos que você faria naturalmente.
Lembre que o aceno positivo com a cabeça é um dos gestos mais reforçadores que uma mensagem verbal pode ter.
Mãos fechadas, tensas, dedos cruzados, normalmente, não comunicam mensagens positivas. Mostrar as mãos abertas e, principalmente, as palmas funcionam bem para ilustrar aprovação e solicitações de atenção.
Expressões faciais – As expressões faciais são fundamentais para a comunicação das emoções humanas pela linguagem corporal. Pesquisas científicas indicam que, mesmo durante o primeiro ano de vida, as crianças já reconhecem e reagem às expressões faciais de pessoas conhecidas.
Olhos muito abertos comunicam medo ou surpresa, dependendo da tensão muscular neles expressa.
Sombrancelhas franzidas comunicarão raiva, desaprovação e um estado emocional de tensão.
Sorrisos nos quais a abertura da boca se desenvolve na horizontal não são interpretados como genuínos, além de comunicarem tensão e/ou medo.
Não gosto muito de escrever “dicas” sobre linguagem corporal, pois isso transmite a idéia de que é possível conseguir resultados a partir de pouco conhecimento, o que não é verdade!Além disso, o comportamento humano é complexo e diversos contextos podem exigir adaptações das “dicas”. O que funciona muito bem em uma situação, pode ser até prejudicial em outra.
Então, não pare de estudar o assunto, procure saber o porquê das dicas lendo os nossos artigos e prossiga aprendendo a interpretar a linguagem corporal.
Um abraço
Sergio Senna
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
Qual o papel do Psicologo Escolar?
Olá Turma!!!!
Para que possamos iniciar nosso estágio de maneira madura e com conhecimento adequado da área, vamos ler esse texto e leva-lo para discussão em sala de aula.
Reflita sobre o papel do psicologo escolar na atualidade, seu interesse sobre esta área de atuação e quais as possibilidades de uma atuação mais ampla nos dias de hoje.
Psicologia: ciência e profissão.
versão impressa ISSN 1414-9893
Psicol. cienc. prof. v.4 n.1 Brasília 1984
O papel do psicólogo escolar
Carmem Silvia de Arruda Andaló
Professora do Departamento de Psicologia da
Universidade Federal de Santa Catarina.
A Psicologia Escolar vem sendo considerada até agora como uma área secundária da Psicologia, vista como relativamente simples, não requerendo muito preparo, nem experiência profissional. Dentro da instituição-escola é pouco valorizada, até mesmo dispensável, haja vista a inexistência de serviços dessa natureza, enquanto os de Orientação educacional e Supervisão escolar são previstos e regulamentados por lei.
Essa perspectiva, que nos parece bastante equivocada e inadequada, talvez provenha do fato de que, historicamente, a área escolar tenha-se caracterizado como um desmembramento da área clínica, o que gerou a visão de uma Psicologia Escolar clínica.
Uma outra abordagem seria a da ação preventiva da Psicologia Escolar. Prevenir significa "antecipar-se a", "evitar", "livrar-se de", "impedir que algo suceda". No contexto da escola o que se pretenderia evitar ou impedir? A existência de problemas, de dificuldades ou fracassos?
Para que possamos iniciar nosso estágio de maneira madura e com conhecimento adequado da área, vamos ler esse texto e leva-lo para discussão em sala de aula.
Reflita sobre o papel do psicologo escolar na atualidade, seu interesse sobre esta área de atuação e quais as possibilidades de uma atuação mais ampla nos dias de hoje.
Psicologia: ciência e profissão.
versão impressa ISSN 1414-9893
Psicol. cienc. prof. v.4 n.1 Brasília 1984
O papel do psicólogo escolar
Carmem Silvia de Arruda Andaló
Professora do Departamento de Psicologia da
Universidade Federal de Santa Catarina.
A Psicologia Escolar vem sendo considerada até agora como uma área secundária da Psicologia, vista como relativamente simples, não requerendo muito preparo, nem experiência profissional. Dentro da instituição-escola é pouco valorizada, até mesmo dispensável, haja vista a inexistência de serviços dessa natureza, enquanto os de Orientação educacional e Supervisão escolar são previstos e regulamentados por lei.
Essa perspectiva, que nos parece bastante equivocada e inadequada, talvez provenha do fato de que, historicamente, a área escolar tenha-se caracterizado como um desmembramento da área clínica, o que gerou a visão de uma Psicologia Escolar clínica.
Uma outra abordagem seria a da ação preventiva da Psicologia Escolar. Prevenir significa "antecipar-se a", "evitar", "livrar-se de", "impedir que algo suceda". No contexto da escola o que se pretenderia evitar ou impedir? A existência de problemas, de dificuldades ou fracassos?
A conotação por vezes encontrada, entretanto, parece ser a de evitar desajustes ou desadaptações do aluno. Maria Helena Novaes, ao defender a importância da formação adequada do psicólogo escolar e sua responsabilidade profissional, afirma que "dado o caráter sobretudo preventivo da atuação do psicólogo escolar, essa orientação (psicológica) merece tanto ou mais cuidado do que qualquer outra, pois tem como meta principal o ajustamento do indivíduo" (1-pg.24). Caberia aqui discutir e esclarecer a natureza de tal ajustamento.
Dada a possibilidade de se interpretar a perspectiva de prevenção como uma questão meramente adaptativa, é que, no presente artigo, procuramos analisar duas abordagens frequentemente encontradas com relação ao papel do psicólogo escolar, e propomos uma terceira alternativa, que é a deste profissional como agente de mudanças.
O PSICÓLOGO ESCOLAR CLÍNICO
Está implícita nessa visão de Psicologia Escolar uma vinculação com a área de saúde mental, onde os problemas são equacionados em termos de saúde x doença, o que na escola se retraduz como problemas de ajustamento e adaptação. O que nos parece estar subjacente, mas nem sempre claro, nessa perspectiva, é a idéia de que a escola como instituição é tomada como adequada, como cumprindo os objetivos ideais a que se propõe. Permanecem inquestionados, desta forma, o anacronismo dos currículos, dos programas, das técnicas de ensino-aprendizagem empregadas, bem como a adequação da relação professor-aluno estabelecida.
Esta é, portanto, uma visão conservadora e adaptativa, uma vez que os problemas surgidos ficam centrados no aluno, isto é, a responsabilidade dos insucessos e dos fracassos recai sempre sobre o educando. O papel do psicólogo escolar seria então o daquele profissional que tem por função tratar estes alunos-problema e devolvê-los à sala de aula "bem ajustados".
Na medida em que os problemas são equacionados em termos de saúde x doença, fica o papel do psicólogo investido de um caráter onipotente, uma vez que seria o portador de soluções mágicas e prontas para as dificuldades enfrentadas. Por outro lado, acaba por estabelecer uma relação de assimetria, verticalidade e poder dentro da instituição, uma vez que lhe é atribuída a decisão e o julgamento a respeito da adequação ou inadequação das pessoas em geral. São as duas faces de uma mesma moeda — de um lado o mágico, o salvador, e do outro, um elemento altamente persecutório e ameaçador. Essa dupla imagem que o psicólogo adquire ou transmite(?) em função deste tipo de abordagem ou da sua própria postura, leva, com freqüência, a uma atitude ambivalente e de resistência por parte da instituição escolar, que muitas vezes dificulta ou até impede a continuidade dos serviços de psicologia.
Uma outra conseqüência que nos parece importante denunciar nesta visão clínica, é a de que o professor, ao entregar o seu "aluno difícil" nas mãos de um profissional tido como mais habilitado que ele para lidar com a questão, se exime da sua responsabilidade para com este aluno. Passa então a considerá-lo como um problema que não é seu e que deveria ser solucionado fora do contexto de sala de aula, que é o seu ambiente de trabalho, a saber, no gabinete de Psicologia. Na realidade, porém, a criança que apresenta dificuldades, mesmo quando atendida por outros profissionais, enquanto aluna continua sendo problema do professor e da sua turma e como tal deve ser assumida.
É também frequente, no trabalho clínico dentro da escola, o uso de testes variados, desde as tradicionais medidas de QI até provas de personalidade, com elaboração de diagnósticos e orientação bastante minuciosas e aprofundadas. Ocorre, entretanto, que este trabalho todo se torna infrutífero e sem sentido, pois é comum as famílias se recusarem a aceitar a orientação, preferindo atribuir as causas do insucesso escolar à própria instituição, que é então acusada de ineficiente. É evidente que, ao buscar uma orientação psicológica, todo cliente passa por um processo, frequentemente longo e ambivalente, de lidar e aceitar as suas próprias dificuldades ou deficiências. Ora, na medida em que a escola toma a iniciativa de realizar esse processo, através do serviço de Psicologia, sem uma conscientização gradativa e espontânea da família a respeito do seu filho-problema, o resultado deverá ser ou um recusa de colaborar até mesmo na fase inicial de diagnóstico, ou uma rejeição clara e aberta da orientação oferecida.
Uma outra dificuldade é a de os dados obtidos através de exames psicológicos nem sempre revertem para a escola sob forma de orientações concretas e acessíveis. Num congresso sobre pré-escolas, realizado em julho de 1983, promovido pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, na cidade de São José do Rio Preto, do qual participamos, recebemos veementes queixas de professores de qe, sob o pretexto de sigilo sobre os resultados dos testes psicológicos aplicados em seus alunos, só passíveis de serem manipulados por psicólogos, as escolas ficavam praticamente sem nenhuma informação a respeito dos exames realizados.
Lyons e Powers relatam que num estudo longitudinal com crianças de nível primário dispensadas do sistema escolar de uma grande cidade norte-americana por problemas de comportamento, foram avaliadas as contribuições dos psicólogos da seguinte forma: "Embora 263 escolas registrassem que o estudo psicológico havia sido de alguma forma útil aos pais e/ou professores, 144 escolas registraram que ele não tinha ajudado. Apenas uma escola deu uma razão para este fato, afirmando que o estudo psicológico era muito limitado."
Um outro impasse comumente enfrentado com relação aos exames psicológicos é o da dificuldade de se encontrar, em nosso meio, instituições que possibilitem a concretização das orientações dadas, de forma economicamente acessível à maioria da nossa população escolar. Desta maneira, o diagnóstico e a orientação realizados perdem a sua utilidade e portanto o seu sentido.
Um outro aspecto a se questionar é a instalação de Serviços de atendimento psicológico dentro da instituição-escola, com a intenção de oferecer Psicoterapia para os portadores de distúrbios emocionais e de conduta e Psicomotricidade para aqueles que apresentassem deficiências de ordem motora. Com relação à primeira hipótese, acreditamos ser totalmente inviável a sua realização dentro do contexto escolar por duas razões fundamentais:
1. Como tal tipo de tratamento fica ligado, pelo senso comum, à doença mental, corre-se o sério risco de discriminar e estigmatizar aqueles alunos que se beneficiassem desta forma de assistência;
2. Como a escola é uma organização complexa, onde a privacidade é bastante restrita por ser um grupo onde as pessoas convivem por longo tempo, diariamente por várias horas e durante anos, fica muito comprometida a questão de sigilo, não por parte do profissional, evidentemente, mas por parte dos próprios alunos.
Com relação à Psicomotricidade, visando atingir principalmente as populações de baixa renda, que não têm acesso a terapêuticas desta natureza, tem-se pensado num trabalho integrado com a área de Educação Física, no sentido de incluir, nessas aulas, exercícios de equilíbrio, coordenação motora ampla etc. Com relação aos aspectos de motricidade fina, a montagem de pequenos grupos de atendimento paralelo talvez pudesse ser levada a efeito dentro do próprio ambiente da escola.
Num nível mais sofisticado, a abordagem clínica pode transformar-se numa consultoria de saúde mental, com o enfoque básico voltado para a prevenção já mencionada no início deste trabalho. O psicólogo não se restringiria apenas à aplicação de testes e à realização de terapia dentro do contexto escolar, mas pretenderia "difundir a saúde mental, procurando alcançar um maior número possível de pais, administradores e professores, que por sua vez atingem o maior número possível de crianças".
O PSICÓLOGO ESCOLAR AGENTE DE MUDANÇAS
Uma outra alternativa que nos parece mais adequada e que não exclui, pelo contrário, se beneficia das contribuições da Psicologia clínica e da Psicologia acadêmica, seria a do psicólogo escolar como agente de mudanças dentro da instituição-escola, onde funcionaria como um elemento catalizador de reflexões, um conscientizador dos papéis representados pelos vários grupos que compõem a instituição.
Nessa perspectiva precisa-se, ao contrário do que se colocou no início deste texto, de um profissional experimentado, com preparo amplo e diversificado, uma vez que a Psicologia escolar é então encarada como uma área de intersecção entre a Psicologia clínica e a Psicologia organizacional, por trabalhar e lidar com uma instituição social complexa, hierarquizada, resistende à mudança e que reflete a organização social como um todo. Nessa perspectiva é importante considerar o indivíduo sem perder de vista, entretanto, sua inserção no contexto mais amplo da organização.
Um trabalho eficiente nessa linha teria que partir de uma análise da instituição, levando em conta o meio social no qual se encontra e o tipo de clientela que atende, bem como os vários grupos que a compõem, sua hierarquização, suas relações de poder, passando pela análise da filosofia específica que a norteia, e chegando até a política educacional mais ampla.
Em nosso trabalho prático junto às escolas, iniciamos geralmente por um levantamento da instituição onde pretendemos atuar. Procuramos caracterizá-la em seus aspectos organizacionais, tentamos detectar a ideologia subjacente aos objetivos expressos ou implícitos que a instituição contém. Começamos, assim, por um diagnóstico da realidade da escola e, a partir daí, planejamos nossa ação.
Temos procurado atuar junto ao corpo docente e discente, bem como junto à direção e à equipe técnica, tentando conscientizá-los da realidade da sua escola, refletindo com eles sobre os seus objetivos, sobre a concepção que subjaz ao processo educacional empregado, sobre as expectativas que têm de seus alunos, sobre o tipo de relação professor-aluno existente, enfim sobre a organização como um todo.
As queixas básicas comumente encontradas junto à instituição-escola referem-se à dispersividade e desatenção, desinteresse, apatia, agitação, baixo rendimento e fraco nível de aprendizagem, rebeldia e agressividade, bem como dificuldades na relação professor-aluno e entre os próprios educandos. Tais problemas têm aparecido na forma mais ou menos intensa em todos os graus, o que vem caracterizar uma crise aguda e profunda pela qual a instituição vem passando.
A tendência geral da escola é centrar as causas de tais dificuldades nos alunos. As medidas que vêm sendo utilizadas para tentar resolvê-las ou contorná-las resumem-se basicamente em:
1. Encaminhar os "casos-problema" ao Serviço de Orientação Educacional ou ao Serviço de Psicologia, como se os profissionais destas áreas tivessem soluções mágicas e prontas para tais casos;
2. Criar mecanismos de controle cada vez mais rígidos e repressivos sobre o comportamento dos educandos através de inspetores de aluno, comunicações aos pais, reduções nas notas, multiplicação das avaliações etc.
Com relação aos Serviços de Orientação Educacional, com exceções evidentemente, temos observado alguns aspectos:
a. não conseguem dar vazão ao crescente número de casos difíceis encaminhados;
b. buscam contatos com os pais, numa tentativa, na maioria das vezes infrutífera, de transferir a resolução dos problemas para o âmbito familiar;
c. desenvolvem trabalhos junto ao corpo discente através de aulas tradicionais onde são desenvolvidos temas, com uma conotação quase sempre de caráter moral, discorrendo sobre a necessidade de "comportar-se bem, ser bom aluno, bom filho" etc., numa tentativa de fazer com que os educandos venham a preencher as expectativas que a instituição, especialmente os professores, têm deles.
Em nosso trabalho como psicólogos escolares, nessa perspectiva de agente de mudanças, temo-nos voltado basicamente para a constituição de grupos operativos com alunos, professores e equipe técnica, no sentido de encaminhar uma reflexão crítica sobre a instituição, incluindo o processo de ensino-aprendizagem, a relação professor-aluno, as mudanças sociais que estão ocorrendo, evidenciando com isso, a defasagem cada vez maior que se estabelece entre a escola e a vida. Dessa maneira, procuramos desfocar a atenção sobre o aluno como única fonte de dificuldades, como o único responsável e culpado pela crise geral pela qual a escola passa, propiciando uma visão mais global e mais compreensiva desta crise, procurando considerar todos os seus aspectos e, conjuntamente, encontrar formas alternativas de enfrentá-la.
Parece-nos importante esclarecer que não excluímos nessa abordagem pesquisas voltadas para os processos dos indivíduos, pois de fato encontramos inúmeros casos onde as dificuldades encontradas são do próprio aluno e não da instituição. Tais casos necessitam de um enfoque mais clínico, que, quando se faz necessário, é levado a efeito, sem entretanto, perder-se de vista o aspecto institucional da questão.
Da oportunidade que temos tido de atuar na área de Psicologia escolar, esta vem-se configurando como um campo de ação extremamente rico, porém inexplorado, desvalorizado e até mesmo pouco conhecido, não só dentro das escolas, mas também dentro da própria categoria de psicólogos. O papel do psicólogo escolar acha-se portanto, mal delimitado e mal definido, e o que pretendemos aqui, com essas primeiras anotações, é encaminhar e aprofundar a discussão sobre esse tema.
Bibliografia
NOVAES, M. H. - Psicologia escolar. Petrópolis. Vozes Ed. 1980.
PATTO, H. S. - Introdução à Psicologia escolar. São Paulo. Queiroz Ed. 1981.
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A conotação por vezes encontrada, entretanto, parece ser a de evitar desajustes ou desadaptações do aluno. Maria Helena Novaes, ao defender a importância da formação adequada do psicólogo escolar e sua responsabilidade profissional, afirma que "dado o caráter sobretudo preventivo da atuação do psicólogo escolar, essa orientação (psicológica) merece tanto ou mais cuidado do que qualquer outra, pois tem como meta principal o ajustamento do indivíduo" (1-pg.24). Caberia aqui discutir e esclarecer a natureza de tal ajustamento.
Dada a possibilidade de se interpretar a perspectiva de prevenção como uma questão meramente adaptativa, é que, no presente artigo, procuramos analisar duas abordagens frequentemente encontradas com relação ao papel do psicólogo escolar, e propomos uma terceira alternativa, que é a deste profissional como agente de mudanças.
O PSICÓLOGO ESCOLAR CLÍNICO
Está implícita nessa visão de Psicologia Escolar uma vinculação com a área de saúde mental, onde os problemas são equacionados em termos de saúde x doença, o que na escola se retraduz como problemas de ajustamento e adaptação. O que nos parece estar subjacente, mas nem sempre claro, nessa perspectiva, é a idéia de que a escola como instituição é tomada como adequada, como cumprindo os objetivos ideais a que se propõe. Permanecem inquestionados, desta forma, o anacronismo dos currículos, dos programas, das técnicas de ensino-aprendizagem empregadas, bem como a adequação da relação professor-aluno estabelecida.
Esta é, portanto, uma visão conservadora e adaptativa, uma vez que os problemas surgidos ficam centrados no aluno, isto é, a responsabilidade dos insucessos e dos fracassos recai sempre sobre o educando. O papel do psicólogo escolar seria então o daquele profissional que tem por função tratar estes alunos-problema e devolvê-los à sala de aula "bem ajustados".
Na medida em que os problemas são equacionados em termos de saúde x doença, fica o papel do psicólogo investido de um caráter onipotente, uma vez que seria o portador de soluções mágicas e prontas para as dificuldades enfrentadas. Por outro lado, acaba por estabelecer uma relação de assimetria, verticalidade e poder dentro da instituição, uma vez que lhe é atribuída a decisão e o julgamento a respeito da adequação ou inadequação das pessoas em geral. São as duas faces de uma mesma moeda — de um lado o mágico, o salvador, e do outro, um elemento altamente persecutório e ameaçador. Essa dupla imagem que o psicólogo adquire ou transmite(?) em função deste tipo de abordagem ou da sua própria postura, leva, com freqüência, a uma atitude ambivalente e de resistência por parte da instituição escolar, que muitas vezes dificulta ou até impede a continuidade dos serviços de psicologia.
Uma outra conseqüência que nos parece importante denunciar nesta visão clínica, é a de que o professor, ao entregar o seu "aluno difícil" nas mãos de um profissional tido como mais habilitado que ele para lidar com a questão, se exime da sua responsabilidade para com este aluno. Passa então a considerá-lo como um problema que não é seu e que deveria ser solucionado fora do contexto de sala de aula, que é o seu ambiente de trabalho, a saber, no gabinete de Psicologia. Na realidade, porém, a criança que apresenta dificuldades, mesmo quando atendida por outros profissionais, enquanto aluna continua sendo problema do professor e da sua turma e como tal deve ser assumida.
É também frequente, no trabalho clínico dentro da escola, o uso de testes variados, desde as tradicionais medidas de QI até provas de personalidade, com elaboração de diagnósticos e orientação bastante minuciosas e aprofundadas. Ocorre, entretanto, que este trabalho todo se torna infrutífero e sem sentido, pois é comum as famílias se recusarem a aceitar a orientação, preferindo atribuir as causas do insucesso escolar à própria instituição, que é então acusada de ineficiente. É evidente que, ao buscar uma orientação psicológica, todo cliente passa por um processo, frequentemente longo e ambivalente, de lidar e aceitar as suas próprias dificuldades ou deficiências. Ora, na medida em que a escola toma a iniciativa de realizar esse processo, através do serviço de Psicologia, sem uma conscientização gradativa e espontânea da família a respeito do seu filho-problema, o resultado deverá ser ou um recusa de colaborar até mesmo na fase inicial de diagnóstico, ou uma rejeição clara e aberta da orientação oferecida.
Uma outra dificuldade é a de os dados obtidos através de exames psicológicos nem sempre revertem para a escola sob forma de orientações concretas e acessíveis. Num congresso sobre pré-escolas, realizado em julho de 1983, promovido pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, na cidade de São José do Rio Preto, do qual participamos, recebemos veementes queixas de professores de qe, sob o pretexto de sigilo sobre os resultados dos testes psicológicos aplicados em seus alunos, só passíveis de serem manipulados por psicólogos, as escolas ficavam praticamente sem nenhuma informação a respeito dos exames realizados.
Lyons e Powers relatam que num estudo longitudinal com crianças de nível primário dispensadas do sistema escolar de uma grande cidade norte-americana por problemas de comportamento, foram avaliadas as contribuições dos psicólogos da seguinte forma: "Embora 263 escolas registrassem que o estudo psicológico havia sido de alguma forma útil aos pais e/ou professores, 144 escolas registraram que ele não tinha ajudado. Apenas uma escola deu uma razão para este fato, afirmando que o estudo psicológico era muito limitado."
Um outro impasse comumente enfrentado com relação aos exames psicológicos é o da dificuldade de se encontrar, em nosso meio, instituições que possibilitem a concretização das orientações dadas, de forma economicamente acessível à maioria da nossa população escolar. Desta maneira, o diagnóstico e a orientação realizados perdem a sua utilidade e portanto o seu sentido.
Um outro aspecto a se questionar é a instalação de Serviços de atendimento psicológico dentro da instituição-escola, com a intenção de oferecer Psicoterapia para os portadores de distúrbios emocionais e de conduta e Psicomotricidade para aqueles que apresentassem deficiências de ordem motora. Com relação à primeira hipótese, acreditamos ser totalmente inviável a sua realização dentro do contexto escolar por duas razões fundamentais:
1. Como tal tipo de tratamento fica ligado, pelo senso comum, à doença mental, corre-se o sério risco de discriminar e estigmatizar aqueles alunos que se beneficiassem desta forma de assistência;
2. Como a escola é uma organização complexa, onde a privacidade é bastante restrita por ser um grupo onde as pessoas convivem por longo tempo, diariamente por várias horas e durante anos, fica muito comprometida a questão de sigilo, não por parte do profissional, evidentemente, mas por parte dos próprios alunos.
Com relação à Psicomotricidade, visando atingir principalmente as populações de baixa renda, que não têm acesso a terapêuticas desta natureza, tem-se pensado num trabalho integrado com a área de Educação Física, no sentido de incluir, nessas aulas, exercícios de equilíbrio, coordenação motora ampla etc. Com relação aos aspectos de motricidade fina, a montagem de pequenos grupos de atendimento paralelo talvez pudesse ser levada a efeito dentro do próprio ambiente da escola.
Num nível mais sofisticado, a abordagem clínica pode transformar-se numa consultoria de saúde mental, com o enfoque básico voltado para a prevenção já mencionada no início deste trabalho. O psicólogo não se restringiria apenas à aplicação de testes e à realização de terapia dentro do contexto escolar, mas pretenderia "difundir a saúde mental, procurando alcançar um maior número possível de pais, administradores e professores, que por sua vez atingem o maior número possível de crianças".
O PSICÓLOGO ESCOLAR AGENTE DE MUDANÇAS
Uma outra alternativa que nos parece mais adequada e que não exclui, pelo contrário, se beneficia das contribuições da Psicologia clínica e da Psicologia acadêmica, seria a do psicólogo escolar como agente de mudanças dentro da instituição-escola, onde funcionaria como um elemento catalizador de reflexões, um conscientizador dos papéis representados pelos vários grupos que compõem a instituição.
Nessa perspectiva precisa-se, ao contrário do que se colocou no início deste texto, de um profissional experimentado, com preparo amplo e diversificado, uma vez que a Psicologia escolar é então encarada como uma área de intersecção entre a Psicologia clínica e a Psicologia organizacional, por trabalhar e lidar com uma instituição social complexa, hierarquizada, resistende à mudança e que reflete a organização social como um todo. Nessa perspectiva é importante considerar o indivíduo sem perder de vista, entretanto, sua inserção no contexto mais amplo da organização.
Um trabalho eficiente nessa linha teria que partir de uma análise da instituição, levando em conta o meio social no qual se encontra e o tipo de clientela que atende, bem como os vários grupos que a compõem, sua hierarquização, suas relações de poder, passando pela análise da filosofia específica que a norteia, e chegando até a política educacional mais ampla.
Em nosso trabalho prático junto às escolas, iniciamos geralmente por um levantamento da instituição onde pretendemos atuar. Procuramos caracterizá-la em seus aspectos organizacionais, tentamos detectar a ideologia subjacente aos objetivos expressos ou implícitos que a instituição contém. Começamos, assim, por um diagnóstico da realidade da escola e, a partir daí, planejamos nossa ação.
Temos procurado atuar junto ao corpo docente e discente, bem como junto à direção e à equipe técnica, tentando conscientizá-los da realidade da sua escola, refletindo com eles sobre os seus objetivos, sobre a concepção que subjaz ao processo educacional empregado, sobre as expectativas que têm de seus alunos, sobre o tipo de relação professor-aluno existente, enfim sobre a organização como um todo.
As queixas básicas comumente encontradas junto à instituição-escola referem-se à dispersividade e desatenção, desinteresse, apatia, agitação, baixo rendimento e fraco nível de aprendizagem, rebeldia e agressividade, bem como dificuldades na relação professor-aluno e entre os próprios educandos. Tais problemas têm aparecido na forma mais ou menos intensa em todos os graus, o que vem caracterizar uma crise aguda e profunda pela qual a instituição vem passando.
A tendência geral da escola é centrar as causas de tais dificuldades nos alunos. As medidas que vêm sendo utilizadas para tentar resolvê-las ou contorná-las resumem-se basicamente em:
1. Encaminhar os "casos-problema" ao Serviço de Orientação Educacional ou ao Serviço de Psicologia, como se os profissionais destas áreas tivessem soluções mágicas e prontas para tais casos;
2. Criar mecanismos de controle cada vez mais rígidos e repressivos sobre o comportamento dos educandos através de inspetores de aluno, comunicações aos pais, reduções nas notas, multiplicação das avaliações etc.
Com relação aos Serviços de Orientação Educacional, com exceções evidentemente, temos observado alguns aspectos:
a. não conseguem dar vazão ao crescente número de casos difíceis encaminhados;
b. buscam contatos com os pais, numa tentativa, na maioria das vezes infrutífera, de transferir a resolução dos problemas para o âmbito familiar;
c. desenvolvem trabalhos junto ao corpo discente através de aulas tradicionais onde são desenvolvidos temas, com uma conotação quase sempre de caráter moral, discorrendo sobre a necessidade de "comportar-se bem, ser bom aluno, bom filho" etc., numa tentativa de fazer com que os educandos venham a preencher as expectativas que a instituição, especialmente os professores, têm deles.
Em nosso trabalho como psicólogos escolares, nessa perspectiva de agente de mudanças, temo-nos voltado basicamente para a constituição de grupos operativos com alunos, professores e equipe técnica, no sentido de encaminhar uma reflexão crítica sobre a instituição, incluindo o processo de ensino-aprendizagem, a relação professor-aluno, as mudanças sociais que estão ocorrendo, evidenciando com isso, a defasagem cada vez maior que se estabelece entre a escola e a vida. Dessa maneira, procuramos desfocar a atenção sobre o aluno como única fonte de dificuldades, como o único responsável e culpado pela crise geral pela qual a escola passa, propiciando uma visão mais global e mais compreensiva desta crise, procurando considerar todos os seus aspectos e, conjuntamente, encontrar formas alternativas de enfrentá-la.
Parece-nos importante esclarecer que não excluímos nessa abordagem pesquisas voltadas para os processos dos indivíduos, pois de fato encontramos inúmeros casos onde as dificuldades encontradas são do próprio aluno e não da instituição. Tais casos necessitam de um enfoque mais clínico, que, quando se faz necessário, é levado a efeito, sem entretanto, perder-se de vista o aspecto institucional da questão.
Da oportunidade que temos tido de atuar na área de Psicologia escolar, esta vem-se configurando como um campo de ação extremamente rico, porém inexplorado, desvalorizado e até mesmo pouco conhecido, não só dentro das escolas, mas também dentro da própria categoria de psicólogos. O papel do psicólogo escolar acha-se portanto, mal delimitado e mal definido, e o que pretendemos aqui, com essas primeiras anotações, é encaminhar e aprofundar a discussão sobre esse tema.
Bibliografia
NOVAES, M. H. - Psicologia escolar. Petrópolis. Vozes Ed. 1980.
PATTO, H. S. - Introdução à Psicologia escolar. São Paulo. Queiroz Ed. 1981.
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